Como dizíamos, na quarta série éramos simples amigos de apontador, ele sempre precisava do meu, até descobrirmos a lapiseira. Na seguinte, dupla de trabalhos escolares, dividíamos a carteira e todas as boas notas. Na sequência, nos tornamos os melhores amigos. No final de semana era certo que iríamos dormir na mesma casa.
Com muitos aplausos, nosso hobby favorito: ríamos, nos divertíamos e brincávamos. Brincávamos, nos divertíamos e ríamos.
Hoje não o vejo mais. Amargamente, arrependo do rompimento de nossa amizade, penso em quantos momentos alegres deixamos de compartilhar. O que nos separou? Destino? Não, quem destina nossa estrada somos nós. Razões bobas, sem sentido, talvez inexplicáveis. A adolescência bateu na minha porta, eu simplesmente não queria mais sua companhia e ele entendeu o recado, afastou-se. Afastou-se com a esperança de alguma brecha de reaproximação, brecha que fui incapaz de abrir.